Nos aprofundamos no mar.
A culpa é minha e sua
Se viajamos neste bar.
Altas madrugadas,
E não sabemos onde vamos parar.
Almas tatuadas
E já não temos como apagar.
Adoramos estar alucinados,
Pra nós isso é quase tudo.
Não nos importamos com o passado,
É suicídio absurdo.
Eu sou o titã astro,
Você é a deusa do império.
Nossa relação é um teatro,
Não levamos nada a sério.
Interpretamos muito bem
Uma história de amor:
“A serpente do éden
E o gavião predador”.
Quando nossas máscaras caem
É fácil constatar,
Porque nossos egos se atraem,
Porque nossa vida é representar.
Somos escravos
Da nossa ambição,
Somos conchavos
Do nosso rígido coração.
Nosso sucesso jamais balança,
Pois sabemos acontecer.
Sabemos também que o futuro cansa,
E o que interessa no agora é viver.
Somos ricos em personagens,
No teatro ou na vida real.
Polemizamos nossas imagens,
Pois ser popular é ser sideral.
Nosso “amor” está cabalmente certo,
Em nada temos que mudar.
Deturpamos o abstrato e o concreto
Pra nosso talento jamais acabar.