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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vento Real e Surreal de Outono




Final de tarde, em plena rua,
O vento vem que vem varrendo
As folhas secas de outono.
As nuvens escuras, nas alturas,
Ficam encapeladas.
Em seguida, começam
A digladiar-se entre si
E como efeito dos embates
Surgem faíscas que rasgam
O céu de fora a fora.
Tresloucadas, começam a suar
Copiosamente.

Da mesma forma célere
Como surgiu o elemento aquoso,
Interrompeu-se.
Mas o fenomenal movimento eólico
Permaneceu alísio.

No horizonte,
Pintou-se um arco-íris.
Mas mesmo assim,
O vento não se fez
Vento de feição,
Nem tão pouco
De vento e popa.
Ao contrário, suspirava rajadas
Aos quatro ventos
Através de vento repiquetes...
  
O vento, forte,
Lá pelas tantas da madrugada
Acalmou-se.
Ficou que é uma brisa de vergonha
Das estrelas.

Acesso em 27 abril 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Morena - Rainha-Rosa




Bem resolvida, toda prosa,
linda demais!
Assim é a minha morena-Rosa.
Cada vez  eu a amo mais!

De lábios chocolate ao leite,
Pele macia tal a mais bela maçã.
Seu corpo todo é um deleite.
É saciante tê-la toda manhã.

O que seria da minha vida,
Sem essa Rainha Flor?
Certamente seria sofrida
E sem nenhum valor.

Com a minha morena- rainha- Rosa,
Felizmente eu me  encontrei.
Vivo uma vida majestosa,
Digna de um rei.



Acesso em 19 abril 2012


sexta-feira, 13 de abril de 2012

ARTÉRIAS DIVINAS


Com reflexão,
Sem o coração de mármore,
O céu se abre pra iluminar.
É só pedir assim:

Ilumina toda retina
Que tem neblina na visão.
Elimina toda doutrina
Que nos empurra pra prisão.

Ilumina toda rotina
Que nos ensina a melhor viver.
Quem tem fé não desatina
Se na sua horta demorar chover.

Ilumina minha menina,
Linda felina sensual,
Magna sina que me fascina
E me faz ser especial.

Ilumina todo sistema
Que entra em cena preconizando o amor.
Elimina todo esquema
De - ismo predador.

Ilumina a educação problema
E nos dê dilema pra questionar.
Chega de postulado emblema
Que fecha portas sem lecionar!

Ilumina as artérias divinas
Que nos abençoam com iluminação;
Finas matérias-primas
Que sintetizam uma só oração.



Acesso em 13 abril 2012




sábado, 7 de abril de 2012

Casa Amarela


Seis horas da manhã;
A noite passou e eu não preguei os olhos
Por um instante sequer.
Já ouço, lá fora, os pardais
Fazendo um eufórico alarido,
Indiferentes a minha insônia passional
(como se a vida fosse bela no porvir).

Levanto-me da cama,
Desloco-me até a janela do meu quarto
E fico com o olhar meio que falecido no horizonte;
Estático e em transe.
Logo, num breve momento, me distraio olhando
A fumaça que sai preguiçosamente da chaminé da padaria
Que religiosamente anuncia o pão nosso de cada dia.
De repente, começa a chover.
Isso dá a impressão que são lágrimas;
Lágrimas remotas mescladas com lágrimas recentes
Que estavam estagnadas dentro de mim.

Na minha casa amarela,
Eu só penso nela.
Vivo desconsolado
Tal um passarinho
Que construiu um ninho para viver juntinho da sua amada,
Mas veio uma tempestade e levou tudo embora...

A minha casa amarela
Até que é bem jeitosinha.
É um duplex com uma bela sacada, churrasqueira,
Garagem pra duas vagas de auto,
Ambientes com espaços aconchegantes
E um terreno amplo com uma bela piscina.
Ela foi planejada, com muito esmero,
Para uma Família de cinco pessoas;
Considerando três filhos que nunca vieram...

A minha casa amarela
Foi praticamente toda projetada por ela;
Inclusive a cor.
Foram dias felizes, enquanto durou.
Melhor eu mudar a cor dessa casa amarela.
Quem sabe assim, eu me esqueço dela...

PS: a casa amarela está à venda.


Acesso em 07 abril 2012






segunda-feira, 2 de abril de 2012

Teatro Fetichista

                                                                               ("Casal", Pablo Picasso)

Nos lançamos da lua,
Nos aprofundamos no mar.
A culpa é minha e sua
Se viajamos neste bar.

Altas madrugadas,
E não sabemos onde vamos parar.
Almas tatuadas
E já não temos como apagar.

Adoramos estar alucinados,
Pra nós isso é quase tudo.
Não nos importamos com o passado,
É suicídio absurdo.

Eu sou o titã astro,
Você é a deusa do império.
Nossa relação é um teatro,
Não levamos nada a sério.

Interpretamos muito bem
Uma história de amor:
“A serpente do éden
E o gavião predador”.

Quando nossas máscaras caem
É fácil constatar,
Porque nossos egos se atraem,
Porque nossa vida é representar.

Somos escravos
Da nossa ambição,
Somos conchavos
Do nosso rígido coração.

Nosso sucesso jamais balança,
Pois sabemos acontecer.
Sabemos também que o futuro cansa,
E o que interessa no agora é viver.

Somos ricos em personagens,
No teatro ou na vida real.
Polemizamos nossas imagens,
Pois ser popular é ser sideral.

Nosso “amor” está cabalmente certo,
Em nada temos que mudar.
Deturpamos o abstrato e o concreto
Pra nosso talento jamais acabar.

Nos lançamos da lua,
Nos aprofundamos no mar.
A culpa é minha e sua,
E nunca será...


Acesso em: 02 abril 2012