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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vento Real e Surreal de Outono




Final de tarde, em plena rua,
O vento vem que vem varrendo
As folhas secas de outono.
As nuvens escuras, nas alturas,
Ficam encapeladas.
Em seguida, começam
A digladiar-se entre si
E como efeito dos embates
Surgem faíscas que rasgam
O céu de fora a fora.
Tresloucadas, começam a suar
Copiosamente.

Da mesma forma célere
Como surgiu o elemento aquoso,
Interrompeu-se.
Mas o fenomenal movimento eólico
Permaneceu alísio.

No horizonte,
Pintou-se um arco-íris.
Mas mesmo assim,
O vento não se fez
Vento de feição,
Nem tão pouco
De vento e popa.
Ao contrário, suspirava rajadas
Aos quatro ventos
Através de vento repiquetes...
  
O vento, forte,
Lá pelas tantas da madrugada
Acalmou-se.
Ficou que é uma brisa de vergonha
Das estrelas.

Acesso em 27 abril 2012

2 comentários:

  1. Adorei as múltiplas percepções dos universos paralelos, que se equilibram entre a razão e o desejo tão bem poetizado.

    Beijao

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Muitíssimo obrigado pela sua visita.