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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Grão de sal

Minha sensibilidade
É tão sensível
Que me impede de chorar.
Há lágrimas em demasia
Dentro de mim;
Dentro do meu pensar.
Sou tênue, no entanto,
Guardo toda dor do mundo.
Essa estagnação fenomenal
De líquidos salgados, um dia,
Irá explodir,
Então, irei me diluir
Num mar.

2 comentários:

  1. Muito bom. Lembra Fernando Pessoa, falando do mar português da época dos descobrimentos, das mortes dos navegadores... "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal" ... e aí segue-se o chavão: -Valeu a pena? etc.

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  2. Valeu!
    Lembrar Pessoa é lembrar poesia, e poesia é tudo; tudo que nos resta...

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